quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Rio de asfalto em gente corre na Copa do Brasil



O hino da Copa do Brasil, não o oficial cantado na abertura, mas o que caiu na boca do povo foi o dingo da campanha do banco Itaú. A primeira versão do dingo iniciou com a participação da Fernanda Takai com sua linda voz e do talentoso Paulo Miklos e evoluiu para uma segunda versão mais popular com vários cantores aparecendo em um mosaico de vídeos e que termina com a Claudia Leite no centro do vídeo. Um dingo bonito e que colou, mas o conteúdo utilizado para ilustrá-lo é um exemplo de como funciona a propaganda convincente e formadora de opinião. No geral as imagens mostram cenas de multidão, muitas pessoas jovens, torcedores fantasiados, algumas paisagens turísticas dos Estados e Cidades sede da Copa. Dentre estas cenas, no trecho “a garra da torcida inteira, vai junto com você Brasil” aparece uma imagem da Avenida Rio Branco no Centro do Rio de Janeiro no dia de uma das inúmeras manifestações que abalaram o país em meados de 2013. Era um milhão de pessoas, ou mais, reivindicando desde o aumento das passagens de ônibus até melhores condições de saúde e educação. Uma imagem de um momento único, uma manifestação autentica, motivada por acontecimentos alheios à Copa do Mundo, que foi aproveitada em um vídeo que reflete outro acontecimento em uma situação distinta. Mostra como os recursos midiáticos podem ser manipulados dentro de uma campanha de marketing e transformar completamente uma cena. O aproveitamento dessa multidão caminhando no Rio de asfalto e gente que correu pela Rio Branco no mês de junho de 2013 é uma afronta, um roubo sofrido pelo povo carioca. Ou qualquer uso é permito de uma imagem privada (ou não) de um evento público?

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