quinta-feira, 17 de abril de 2014

Poucas e boas das crianças








DU, DUDU e EDU
O menino tem quatro anos, já vem um irmãozinho. A mãe está na trigésima nona semana de gestação. Propõe ao garoto que dê um nome ao irmãozinho que vem chegando.
- Dudu. Ele responde depressinha.
- Meu filho Dudu não é nome, escolhe outro.
- Eu quero que seja Dudu.
- Então podemos colocar o nome de Eduardo.
- Não.
- Então tá.
- Olha, Eduardo é o nome e Dudu é o apelido. Quero dizer que o nome vai ser Eduardo e nós vamos chamá-lo de Dudu.
No dia seguinte o menino voltou chateadíssimo da escolinha. É que um coleguinha disse que vai chamar o irmãozinho de Edu. Ficou arrasado, chorou. A mãe, rainha do lar, deu um jeito na situação.
- Amor, fala para o seu coleguinha que ele pode até chamar o seu irmãozinho de Edu, só que ele não vai entender, porque aqui em casa todo mundo vai chamá-lo de Dudu.
Pronto, problema resolvido.


COCA-COLA NÃO É REFRIGERANTE
Quando Melissa tinha três anos, eu e minha irmã sempre perguntávamos: o que você vai comer de gostoso hoje? Para ouvirmos sempre a resposta no diminutivo: arrozinho, feijãozinho, batatinha e carninha. Em um dia comum, após minimizar as respostas ela pediu: tia me dá refrigerante? Busquei um copo com coca-cola e ofereci a ela, que respondeu: “não tia, coca não, quero re-fri-ge-ran-te”, apontando para a garrafa de outro refrigerante colorido em cima da mesa.


PEIXINHO DOURADO
Fernanda, sempre que viaja com os pais para o interior deixava o aquário redondo com seus três peixinhos coloridos para tia Lúcia tomar conta. Um dia, antes de uma viagem Tia Lúcia, falou de brincadeira: Fernandinha, se eu ficar com fome posso comer um peixinho? Ela pensou um pouco para responder e disse: iiiih tia, só tem três, um para mim, um para meu pai, um para minha mãe.



A VIAGEM
Num final de semana eu ia para a casa da minha mãe, que morava no interior de São Paulo. No ônibus, sentou-se ao meu lado um garotinho, que tinha cerca de cinco anos. Eu sempre na janela, hábito que abandonei mais tarde, ele no corredor. No decorrer da viagem percebi seu esforço de avançar sobre mim com o objetivo de alcançar a janela. Ofereci a troca de lugares e com um sorriso nos lábios ele prontamente aceitou. Enquanto eu iniciava meu cochilo, que nesta viagem costumeira, já tinha tempo e local certos, ele olhava fixamente a paisagem da janela. Minutos depois, com a paisagem repetitiva da Via Dutra, o sono dele também chegou. Ele me disse: tia se minha mãe for descer do ônibus você me avisa? Balancei a cabeça com um sim.


CHAVES, TODOS OS AMIGOS OLHANDO PARA A TV
A mãe nem era religiosa, não frequentava nenhuma igreja ou templo, mas já percebera que o filho, ainda pequeno, com quatro anos gostava de rezar. Só não ia a missa porque não tinha quem o levasse. Surpreendeu-se no dia que ele afirmou que Jesus existe mesmo. Porque filhinho, ela perguntou intrigada. Ele respondeu que tinha pedido que fizesse o programa do Chaves voltar a passar na televisão e que ele tinha prontamente atendido sua prece.


FÉRIAS NO AÇUDE
Minha prima, com três anos, gostava de brincar no açude do sítio onde a família passava férias. Na água, chorava para ficar sozinha, não queria que ninguém a segurasse. Ignorando a mãe a segurava firme. Tempos depois, já no fim das férias, perguntei para a menina: gostou de passear no sítio? Gostei, aprendi a nadar. É mesmo?! Retruquei surpresa. É fácil, ela me disse, é só bater a mão e o pé e gritar, me solta, me solta, me solta.