quarta-feira, 25 de junho de 2014

A arte contando uma Belle história

O espetáculo induz a interpretação da história. De acordo com os movimentos dos bailarinos, o cérebro vai desenrolando, como se fosse um filme, uma sucessão de acontecimentos que estão no íntimo de cada um. O genial da arte está na leitura do que cada um faz interpretando a linguagem a que é submetido. Foi esse o sentimento ao visualizar a expressão corporal dos bailarinos no espetáculo Belle produzido pela coreógrafa Deborah Colker.
Os recursos ajudam o imaginário a tecer a história, envolta em uma conspiração de figurino, cenário e ritmo musical. Todo o ambiente favorece que o receptor desenvolva seu próprio conto, sua própria história. Capture do seu subconsciente memórias que o leve a pelo menos reconhecer algo familiar ou a buscar similaridades e associações com a cena. Foi assim quando os bailarinos se envolveram em uma tela de tecido e desenvolveram uma performance perfeita criando uma atmosfera de encantamento teatral. O tecido remetia a uma teia de aranha gigantesca em um espetáculo de dança e artes plásticas e ao mesmo tempo traduzia a história da personagem Belle du jour presa em suas próprias atitudes e comportamentos.
A arte através da dança contou a história baseada no livro do escritor franco-argentino Joseph Kessel, uma tradução da literatura, onde cada espectador independente de ter lido o livro ou assistido ao filme Belle du jour pôde, inspirado na coreografia e na expressão corporal dos bailarinos, interpretar à sua maneira a história, recontar para si mesmo. 




Belle, Cia de Dança Deborah Colker
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 16/jun/2014. 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A boneca da menina



Era época de um Natal do início dos anos oitenta. A menina esperava pela promessa do presente que jamais recebera. Ouvira rumores de que finalmente a boneca chegaria para ela. Descobriu dias depois os pacotes embaixo da cama. Pensou que um deles, só podia ser a boneca que esperava há anos. Só podia ser a boneca linda, que andava sozinha movida a sucção de ar que ela viu na televisão. Não falou nada com a mãe, nem com ninguém. A partir desse dia quando todos se recolhiam para dormir ou quando não havia ninguém por perto, arrastava-se para debaixo da cama e se deitava por alguns minutos ao lado da caixa embrulhada. Não podia ver a boneca encoberta com papel de presente, mas se inebriava com o cheiro delicioso de plástico emborrachado que o pacote exalava. Esperou ansiosa o dia de Natal.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Somos uma gota d'água


 "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", mas para ser completo as crenças e culturas também devem ser acolhidas. O ser, além de corpo humano, é aquilo que ele carrega, isso inclui, além da história de vida, as crenças e a religião que cada um pode e tem o direito de escolher ou de permanecer. No mundo somos todos iguais, frequentando ou não uma religião, independente dos nossos ritos. Cristãos, umbandistas, mulçumanos, judaístas, hinduístas, budistas, pagãos, bruxos, ateus, espiritualistas, "a verdade não há".  Somos "uma gota d'água".







*techos de  Pais e Filhos