Caro Daniel,
Concordo que há algum oportunismo com relação às pessoas
envolvidas no caso do museu, entendi bem seu posicionamento. Entretanto
gostaria de dizer que há algo mais profundo e além da questão da invasão por
estes índios, e agora, dessa desocupação, há uma questão histórica e cultural forte.
Em 1908, houve denúncias no XIV Congresso de
Americanistas em Viena de massacres genocidas a povos indígenas ocorridos no
Brasil, depois disso o governo brasileiro “ficou mal na fita” e dentre as medidas
tomadas para reverter a má impressão criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI)
que funcionou ali. Também ali o Marechal Rondon recebia pessoalmente os índios
que vinham de várias regiões do Brasil para o Rio de Janeiro, durante muitos
anos foi a casa dele, e os índios se alojavam no terreno durante a estadia.
Depois o Darcy Ribeiro realizou estudos no prédio, e estruturou o museu do
índio, que foi o primeiro da América Latina. Pode, para nós, não ser um solo
sagrado, por nossa auto-desvencilhação dos laços sanguíneos, mas certamente é
consagrado pela nossa história.
Em 1982 o museu, sob protesto, foi transferido para
Botafogo, por causa das obras do metrô (saiu uma matéria sobre isto, na época,
no Estadão (SP)). O prédio foi doado à União pelo Duque de Saxe, genro de D.
Pedro II, para criação do centro de investigação da cultura indígena muito
antes de tudo isso.
Descordo de você caro Daniel, que seja um casebre horroroso, o prédio está degradado, mas é lindo. Foi considerado um dos prédios mais bonitos do Rio e por isso ganhou um prêmio da Unesco. Tem o pé-direito muito alto e uma escada toda trabalhada em ferro dentro dele, no terreno tem uma árvore linda, com um caule com mais de 1 m de espessura. Um espaço bacana, centenário, que não merece virar estacionamento.
Não veio abaixo em 1982, talvez por uma questão de mudança de planos, ou erro de projeto. Ou talvez fosse do interesse de alguém levar o museu para Botafogo, mais um atrativo para a Zona Sul, realmente não sei, especulação minha. Por seu valor histórico, sua beleza arquitetônica e em memória dos índios do Brasil, torço para que seja mantido, restaurado e vire um belo museu da Copa, associado a um centro de referência indígena.
Um Abraço.
Descordo de você caro Daniel, que seja um casebre horroroso, o prédio está degradado, mas é lindo. Foi considerado um dos prédios mais bonitos do Rio e por isso ganhou um prêmio da Unesco. Tem o pé-direito muito alto e uma escada toda trabalhada em ferro dentro dele, no terreno tem uma árvore linda, com um caule com mais de 1 m de espessura. Um espaço bacana, centenário, que não merece virar estacionamento.
Não veio abaixo em 1982, talvez por uma questão de mudança de planos, ou erro de projeto. Ou talvez fosse do interesse de alguém levar o museu para Botafogo, mais um atrativo para a Zona Sul, realmente não sei, especulação minha. Por seu valor histórico, sua beleza arquitetônica e em memória dos índios do Brasil, torço para que seja mantido, restaurado e vire um belo museu da Copa, associado a um centro de referência indígena.
Um Abraço.
Regina
Museu do Ìndio do Maracanã
Detalhes
arquitetônicos do Museu do Índio do Maracanã acima. Os detalhes
históricos esquecidos, infelizmente, não podemos observar, mas estão
incrustados na memória dos que viveram e nas histórias que hoje podem
ser contadas.
O País do Futebol, que massacrou seus índios e mata continuamente sua memória, oprime seu povo e destrói seu patrimônio cultural, histórico e arquitetônico, se prepara para a Copa de 2014.